Romualdo Palhano conta história do teatro em Itabaiana




O teatro paraibano acaba de ganhar mais duas obras que engrandecem e enriquecem sua literatura, sua história e registram definitivamente nomes e fatos que marcaram as artes cênicas no Estado. É que o Prof. Dr. Romualdo Rodrigues Palhano está lançando mais duas obras de sua autoria sendo elas: “O Teatro na Terra de Zé da Luz – Da União Dramática ao GETI” e “A Ovelha Malhada”, dedicada ao público infantil, que é a história de duas ovelhas que se apaixonam, se casam e vivem felizes para sempre.
O lançamento dos livros acontece nesta sexta-feira, às 19h00, na Associação Atlética Banco do Brasil, na cidade de Itabaiana.
Segundo Romualdo Palhano, “O Teatro na Terra de Zé da Luz – Da União Dramática ao GETI" enfoca o teatro na cidade de Itabaiana desde o Teatro da União Dramática, de 1908, que pertencia à União de Artistas e Operários de Itabaiana até a experiência do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana que teve início na década de 1970, naquela cidade do interior do Estado da Paraíba.
A referida obra vem complementar as três obras publicadas pelo autor, duas em 2009: “Entre Terra e Mar: sociogênese e caminhos do teatro na Paraíba – 1822 – 1905”; “A Saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental de Cabedelo” e a outra em 2010, “Fronteiras Entre o Palco e a Tela”.
Em “O Teatro na Terra de Zé da Luz” o autor revela os fenômenos econômicos, políticos e sociais que aconteceram no início do século XX na cidade de Itabaiana e suas influências em relação ao teatro naquela cidade. Mostra o surgimento do Curtume Santo Antonio que paralelamente com a implantação da malha ferroviária fez surgir o desenvolvimento na cidade.
O autor revela que por várias décadas a União de Artistas e Operários foi o centro polarizador da cultura e da arte naquele município. Enfoca que com a implantação do Ginásio Estadual de Itabaiana a arte teatral tomou novo rumo e foi com o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana já na década de 1970 que este ciclo se completa.
O GETI é um grupo de teatro que há 35 anos vem se dedicando à cultura na cidade de Itabaiana. Montou vários espetáculos entre eles: A Paixão de Cristo; A Peleja de Lampião com o Capeta; O ABC de Zé da Luz, o Poeta do Povão; Três Momentos do Teatro Paraibano; O Batalhão das Sombras; 10 Anos do GETI; Cantiga de Ninar na Rua; O Banquete Final entre outros.
Quem é Romualdo Palhano
Romualdo Rodrigues Palhano é graduado em Licenciatura Plena em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas, pela Universidade Federal da Paraíba. Instituição onde também concluiu Mestrado em Serviço Social, sendo seu objeto de investigação o Teatro Comunitário. Residiu por dois anos em Havana – Cuba, onde iniciou seu doutorado. É Doutor em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
É Pós-Doutor em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba. Reside atualmente em Macapá onde é Professor Associado da UNIFAP - Universidade Federal do Amapá.
Entre 1974 e 1994 atuou diretamente no teatro paraibano onde participou de várias montagens entre as quais: “A Peleja de Lampião com o Capeta”, pelo GETI – Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana e “O Palhaço e o Rei” pelo Grupo de Teatro Suspensório Produções Artísticas em João Pessoa.
Em Itabaiana-PB, durante a década de 1970 concluiu o ensino fundamental e médio em escola pública. Foi na terra do músico Sivuca e do poeta Zé da Luz, onde Romualdo Palhano aos 16 anos de idade escreveu suas primeiras poesias com forte influência da poesia matuta e da literatura de cordel.
O autor já publicou as seguintes obras:
“Grito Incontido” poesias, 1988;
“A Estrela e a Rã”, infantil, 1998;
“Brincando com Linhas”, infantil, 2001;
“Teatro de Bonecos: uma alternativa para o ensino fundamental na Amazônia, 2001;
“Entre Terra e Mar: sociogênese e caminhos do teatro na Paraíba – 1822 – 1905”, 2009;
“A Saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental da Cabedelo”, 2009;
“Fronteiras Entre o Palco e a Tela – Teatro na Paraíba – 1900 – 1916”, 2010;
“Entre Parénthesis – poesias” também em 2010.

Augusto Magalhães

Famíia Palhano - Mato Grosso - O Pacto da Figueira - Dourados


Aprendi respeitar a natureza na minha juventude, quando ouvi uma passagem histórica, contada pela minha avó materna Benedita Pedroso. E a nossa conversa só fluiu, porque o prefeito petebista da época João Totó Câmara, simplesmente estava cortando as figueiras plantadas pelo seu antecessor udenista Antônio de Carvalho, na década de quarenta do século passado. Inclusive, as restantes ainda existentes em algumas ruas douradenses, permanecem bem preservadas, graças aos munícipes que impediram seus cortes na época dessa derrubada. Naquele tempo, a viúva de Isidro Pedroso contou-me a respeito do acordo firmado anos antes no fio de bigode. Segundo ela, debaixo da figueira do seu Osório, na sede da sua fazenda.
Disse-me a quase centenária mulher, lúcida apesar da idade avançada, que certa vez foi celebrado um pacto entre mineiros e gaúchos nos anos trinta. Por esse acordo, os migrantes das alterosas pediam para preservar as figueiras, que sombreavam o descanso dos boiadeiros e outros viajantes. Os migrantes gaúchos exigiam manter os coqueiros, pois suas folhas alimentavam cavalos. Combinando dessa maneira, contou a anciã que foi marcado um encontro entre as partes naquela fazenda. No dia, mataram seis novilhas gordas, assando-as num buraco cavado no chão. Então, iniciada essa pioneira reunião ecológica (eles nem sabiam), cerimoniosamente a presidiu o primeiro prefeito de Dourados, cidadão João Vicente Ferreira (primo da minha avó).
Nela igualmente se fizeram presentes meu tio, o vereador Antônio Emilio de Figueiredo e seu colega vereador Ciro Mello. Minha avó se recordou inclusive, das presenças do carpinteiro Januário Pereira de Araújo, construtor da primeira casa no povoado; do grande numero de pessoas da família Mattos, a mais politizada e responsável pelo movimento da emancipação; membros da família Azambuja; Floriano Brum, Júlio Leite; Pedro Rigotti; os Palhano e os Torraca; Feliciano Vieira Benedetti; o argentino Lucio Stein e o professor Acácio Arruda, fundador da Escola Erasmo Braga, entre outros que não recordo os nomes. Posteriormente, os agrônomos Valdomiro de Souza (Vadú) e Wlademiro Muller Amaral, traçando e abrindo as ruas do chamado “patrimônio”, fizeram questão de respeitar o apelidado pacto da figueira, tratado entre os nossos desbravadores.
Lamentei, por daquela ocasião não existir uma Ata, documentando esse pacto. Aí, com a simplicidade própria dos fundadores, minha avó disse que naquele tempo, valia a palavra empenhada no fio de bigode. Mas, hoje pior que corta-las, é ler em jornais impressos, a apologia do concreto querendo destruir o verde. Para eles, o negócio (lucrativo) é plantarem-se árvores no perímetro urbano, que vivam caindo em cima das casas, dos veículos e matando nessas quedas infelizes transeuntes. O ultimo temporal que o diga, pois as figueiras, seringueiras nativas (também chamadas de figueiras) e guajúviras, nem se abalaram passado o ultimo vendaval local. Quero lembrar ao senhor presidente do Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente, Ataulfo Stein, que essas figueiras já existiam antes da Enersul e Sanesul. Parece-me, portanto, que nossos ancestrais, no seu caso o pioneiro Lucio Stein, sendo preservadores não conheceram o efeito estufa.
Todavia, tal não ocorreu, porque nossos antepassados cuidavam dos mananciais e cardumes existentes. A propósito, seria bom que certos douradenses adotados, se informassem da história desta terra, cujas árvores alguns forasteiros derrubaram, venderam a madeira, enriqueceram e foram embora. Naturalmente, adotando outra cidade longe daqui. Posto isso, dou meu apoio aos estudantes universitários, afinal eles são jovens e querem salvar o amanhã. Dessa forma, seria melhor aplaudir essas iniciativas ecológicas. Quiçá, futuramente um deles leve a sério a necessidade de retirar da rodovia do Porto Cambira, os sem teto sugismundos e o lixão expandindo-se nas suas margens...
Isaac Duarte de Barros Junior - advogado criminalista, Jornalista. *

Pedro Palhano - "A mudança do nome de Mato Grosso do Sul"


Dizem que o povo tem memória curta, mas se é verdade, vamos voltar a falar a cerca do projeto de Lei número 003/2009 que foi noticiado pela imprensa quando o governador Andrea Puchinelli, empolgado com a candidatura de Campo Grande para sedear jogos da Copa, induziu os deputados Jerson Domingos e Paulo Corrêa ao erro. Os deputados chegaram a ser alertados da inconstitucionalidade da matéria, mas insistiram na ideia a pedido do governador, sendo tal noticiado no portal da TV Morena em 11/02/2009 em matéria publicada pelo jornalista Edmir Conceição. A finalidade do projeto de lei era a mudança do nome da rodovia Dourados/Itaporã para homenagear a atriz Luiza Botelho da Silva, nascida em Itaporã, conhecida pelo nome artístico de Luiza Brunet, cuja rodovia foi ao mesmo tempo duplicada recentemente.

Os ditos deputados e o governador deram com os burros n´água, sendo eles Jerson Domingos, campo-grandense, presidente da Assembleia e Paulo Corrêa, paulista. Quanto ao governador que não é brasileiro nato, mas devia conhecer a lei, afinal já exerceu mandato de deputado estadual e federal, como os dois deputados estaduais, são legisladores e não deviam ter tentado passar a carreta na frente dos bois.

Conforme preceitua a Lei Federal número 6.454/77, é proibido em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da Administração Indireta”. Foi o que aconteceu, a população reagiu e assim só ficou na vontade, pois outrora muitas gentes vivas foram homenageadas, agora muitos nomes deles serão retirados, pois houve infringência à lei maior.

Na ocasião os descendentes da família Palhano reagiram em tom de guerra contra a intenção dos três políticos, visto que almejaram trocar o nome da Rodovia Pedro Palhano, instituído através da lei estadual número 1.598, de 25 de julho de 1995, assinada pelo então governador Wilson Barbosa Martins pelo da atriz que deixou nossa terra pequena e que não se apresenta como nossa conterrânea e nunca defendeu nosso estado, pois é uma pessoa conhecida na mídia nacional que, voluntariamente poderia já ter se pronunciado em defesa do nome correto do nosso estado, bem como da capital ou ela não conhece também a geografia de Mato Grosso do Sul?

Na ocasião o projeto chegou a ser incluído na pauta e publicado no diário oficial do estado e no site da assembleia e após o vexame foi retirado, tendo o deputado Paulo Corrêa o único, educadamente pedido desculpas à população.

Passado esse vexame, agora aparece o deputado Antônio Carlos Ribeiro Arroyo, paulista de Nova Granada, fazendeiro na região de Miranda, após conseguiu aprovar em primeira discussão, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), número 005/2011, que prevê realização de plebiscito para a mudança do nome de Mato Grosso do Sul.

Pela proposta, de autoria do deputado e subscrito por vários parlamentares, os quais gostaria de saber quem são eles, cujo plebiscito só poderá ser realizado concomitantemente com as eleições gerais, tendo a proposta acrescentado dois incisos ao artigo 4º da Constituição Estadual sobre o plebiscito.

A desculpa da mudança do nome do Estado voltou à tona em maio, quando totens na Câmara dos Deputados apontavam os parlamentares de Mato Grosso do Sul como de Mato Grosso. Mas qual foi a reação dos nossos deputados federais diante da situação? Ficaram calados. Seria o momento muito oportuno para se apresentarem em alguns programas de grande audiência nacional e dar uma aula de história e geografia, pois é ensinando aos ignorantes que se se espalha o conhecimento.

Nós sulmatogrossenses não podemos concordar com a mudança do nome de nosso Estado, só porque o resto do Brasil não conhece nossa história e geografia. O que está faltando é atuação, precisamos de alguém de coragem, preparada, bem intencionada, afinal nós somos inteligentes, nossa população é jovem e não devemos nada aos outros estados. O que existe é uma ignorância dos cidadãos de fora que trocam o nome do nosso estado, sua capital. Imagino que talvez nem conheçam bem sua região, afinal poucos leem, estudam e conseguem até chegar ao poder, a maioria através do poder econômico e com isso nada contribuem. Os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul são pessoas com curso superior, médicos, advogados e dos três senadores nossos dois têm curso superior, sendo um médico e o outro engenheiro e são sul-mato-grossenses também.

Muitos legisladores chegam no Congresso sem saber elaborar um requerimento e representam a população brasileira, eleitos por eleitores que nem sabem para que serve o voto e quando chegam ao congresso viram piadas humorísticas na televisão.

O importante é que nascemos mato-grossenses e por causa da divisão nos tornamos sul-mato-grossense. O Padre Raymundo Pombo num debate antes da divisão do Estado de Mato Grosso no teatro da Faculdade Dom Bosco em 1976 disse que a divisão do estado ia somente atender a vontade de políticos interessados em locupletar-se de nossas riquezas e isso está comprovado nesses 34 anos. Muita gente se enriqueceu e um percentual mínimo de políticos trabalha para o bem da população.

Os erros dos ignorantes de outros estados, não é motivo para mudança de nome, afinal o que falta aos nossos deputados é um trabalho mais atuante, tanto aqui como lá em Brasília no sentido de divulgar o nosso estado, pois infelizmente a maioria dos políticos desconhecem as leis, vejam o caso do vexame acima citado ao quererem mudar o nome da rodovia Pedro Palhano.

O nobre deputado novagranandense, devia se preocupar com algo mais importante, pois tentar mudar o nome do estado é jogar granada nos sul-mato-grossenses, visto que não nasceu em nosso estado, imagino que seria o último a dar esta sugestão. Aqui chegou do interior do Estado de São Paulo, onde nasceu, foi funcionário do governador Pedro Pedrossian na década de 80, casou-se com sua sobrinha, tornou-se fazendeiro em Miranda e por influencia da população da região tornou-se deputado.

Depois da sua tentativa frustrada em chegar ao Tribunal de Contas, aparece com essa ideia absurda. Assim, requeiro aos demais deputados que votem pela rejeição da matéria e seja mandada para aquele lugar que ela merece. O deputado Arroyo devido à convivência que teve com o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, conhecido por Zeca do PT, nos anos que esteve ao seu lado dando sustentação na assembleia, talvez foi influenciado pelas suas ideias de mudança do nome para Estado do Pantanal. No meu entendimento o deputado que representa a região pantaneira, quer tirar proveito de seus eleitores na região pantaneira. Seria mais importante sua preocupação em lutar pela preservação do meio ambiente daquela região, pela volta do trem passageiro que foi retirado a partir da privatização e era muito útil àqueles cidadãos. Ali tem um pouco do suor do feitor português Francisco Ferreira, cuja rua principal de Duque Estrada leva o seu nome.

Eu termino este artigo com as palavras singelas do douradense em sua entrevista ao Jornal O Progresso: “A mudança do nome é um absurdo. O que o Estado precisa fazer é divulgar mais suas ações e ganhar mais visibilidade. O prejuízo causado com a troca de documentação de todas as secretarias e órgãos ligados ao Estado é muito grande”, José Ferreira Gonçalves (Zé Tubaína), repórter fotográfico.

Senhores deputados, não tirem o nosso direito de sermos chamados de sul-mato-grossenses, como Vossa Excelência Deputado Arroyo, deve ter orgulho de ser paulista e filho de Nova Granada-SP.

José Tibiriçá Martins Ferreira, advogado, licenciado em Letras com Inglês, segundo tenente reservista e produtor rural no Distrito de Picadinha.