Adlay Palhano - TRISTE NOTÍCIA - Família O Estado dá adeus a Stevenson


Uma parada cardiorrespiratória ceifou, precocemente, a vida de um dos herdeiros da empresa jornalística


 Das gargalhadas verdadeiras, do coração sincero, da generosidade rara em tempos de distância e hierarquias. O jovem convicto e reconhecido, Adlay Stevenson de Palhano Xavier, diretor-administrativo do jornal O Estado, faleceu, ontem, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A interrupção súbita e inesperada do coração que vivera 56 anos, fará outros corações chorarem por tempos. Reforçará, entretanto, lembranças felizes.
Quatro irmãos, sete filhos, mãe e pai. A família de um homem é seu porto seguro e o conhece mais do que qualquer outro que o destino aproxime. “Coração extraordinário” foi a primeira descrição feita por Ricardo Palhano, irmão mais velho. “Ele tinha amizade com todos” foi a segunda. Os que conheciam, de perto ou de longe, o jovem Stevenson, concordariam com as principais referências feitas a ele.
Traços de família traz-se no sangue, feições, detalhes de personalidade e, principalmente, no aprendizado. Com o jornalismo sendo parte do legado familiar, Stevenson começou a colecionar ensinamentos quando recebeu, do pai e ex-diretor do jornal O Estado, Venelouis Xavier Pereira, seu primeiro trabalho. “Nós tínhamos que ler todos os jornais do Ceará e do Sul. O Stevenson se identificou com a oficina e impressoras, depois, com a circulação do jornal”, lembrou Ricardo Palhano.
Com pouco mais de 20 anos, o jovem seguia à Brasília, acompanhando o irmão mais velho. Lá, trabalhou no Conselho Nacional de Petróleo (CNP), onde ficou durante anos. Mas corações extraordinários não se aquietam por dinheiro ou status, vivem pelo que sentem e querem. O destino, então, trouxe Stevenson para sua terra.
Tantas outras experiências rememoram sua vida. Um ano morando nos Estados Unidos, a inserção em diferentes igrejas, os amigos conquistados... a confiança e apego pelo presente, pela vida vivida naquele exato momento. O dia hoje amanheceu repleto de pesares, mas com plenitude de paz, sem dúvida.

Aluisio Palhano - MPF denuncia coronel e delegado por sequestro na ditadura


MPF denuncia coronel e delegado por sequestro na ditadura
24 de abril de 2012  16h43  atualizado às 18h41

Procuradores do Grupo de Trabalho Justiça de Transição oferecem denúncia contra o ex-chefe do Doi-Codi e um delegado da Polícia Civil por sequestro e .... Foto: Marina Novaes/Terra
Procuradores do Grupo de Trabalho Justiça de Transição oferecem denúncia contra o ex-chefe do Doi-Codi e um delegado da Polícia Civil por sequestro e tortura


Foto: Marina Novaes/Terra

MARINA NOVAES

Direto de São Paulo
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira à Justiça Federal em São Paulo o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações Internas de São Paulo (DOI-Codi), e o delegado da Polícia Civil Dirceu Gravina, ainda na ativa, pelo sequestro qualificado do bancário e líder sindical Aluízio Palhano Pedreira Ferreira. De acordo com a denúncia, o sindicalista foi preso ilegalmente por agentes a serviço do governo federal em maio de 1971, e o último contato que fez com sua família foi há exatos 41 anos.
De acordo com a Procuradoria, o crime ainda não prescreveu e, caso a Justiça Federal aceite a denúncia, os acusados podem pegar de 2 a 8 anos de prisão. Segundo o procurador da República do Rio Grande do Sul, Ivan Cláudio Marx, como o corpo da vítima nunca foi encontrado, a lei estabelece que o crime de sequestro continua em andamento e, por esse motivo, o MPF ressalta que o caso também não fere a Lei da Anistia, já que o perdão instituído pela legislação abrange somente os crimes cometidos até 1979.
"Para fins penais não serve a presunção de morte, é preciso haver uma prova", explicou o procurador. "Só os réus sabem o destino dessa vítima. Sem corpo, não há que se falar em homicídio", completou a procuradora da República em São Paulo, Eugênia Augusta Gonzaga.
Palhano, que na ocasião do sequestro tinha 48 anos, foi presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da Confederação Nacional dos Bancários. Em 1964, ele teve seus direitos políticos cassados pelo Ato Institucional número 1 (AI-1) e se exilou em Cuba para fugir das perseguições que sofria. Em 1970, porém, voltou ao Brasil e ficou clandestino, passando a fazer parte da Vanguarda Popular Revolucionária, liderada pelo militar Carlos Lamarca, e sendo preso em 1971.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o procurador de São Paulo Sérgio Gardenghi Sulama destacou que, mesmo com os atos institucionais decretados pelo governo federal na ditadura, a prisão da vítima foi ilegal.
"Mesmo no sistema constitucional de 1969 (...), os atos não autorizavam o sequestro de pessoas e também não autorizavam a prisão não comunicada de pessoas. A prisão dele jamais foi comunicada. Esses atos também não autorizavam a tortura como método de obter informações", destacou o procurador, que lembrou que duas testemunhas ouvidas pelo Ministério Público relataram ter visto Palhano ser torturado na sede do Doi-Codi em São Paulo.
De acordo com os procuradores do Grupo de Trabalho Justiça de Transição, que apuram denúncias de crimes como esse, o MPF investiga outros 14 desaparecimentos ocorridos em São Paulo no período militar, mas não é possível afirmar que esses casos irão gerar novas denúncias, devido à dificuldade em se identificar os sequestradores. "Não quer dizer que haverá 14 denúncias, porque as vítimas eram torturadas com os rostos encapuzados e os torturadores usavam codinomes. O coronel Ustra, por exemplo, usava o condinome de Dr. Tibiriçá", explicou a procuradora Eugênia.
Esta é a segunda denúncia oferecida por um crime de sequestro cometido durante a Ditadura Militar. Em março, o MPF denunciou o coronel reformado do Exército Sebastião Curió, acusado de ser autor de cinco sequestros ocorridos no Araguaia naquele período. A Justiça não aceitou a denúncia, mas o Ministério Público já recorreu.
O advogado do coronel Ustra, Paulo Esteves, afirmou ao Terra que tomou conhecimento da ação do MPF pela imprensa e que irá se pronunciar sobre o caso somente quando a Justiça Federal decidir se aceita ou não a denúncia. O Terra ainda não conseguiu localizar o delegado Dirceu Gravina para comentar a acusação.

Josenildo Palhano - Jurados reconhecem tese de legítima defesa e absolvem acusado de homicídio por motivo fútil

O Conselho de Sentença do 5º Tribunal do Júri da Comarca de Fortaleza absolveu Josenildo Marques Palhano, acusado de matar Wellington da Silva Januário.
O julgamento, presidido pela magistrada Valência Aquino, teve início às 14h:00 e encerrou no fim da tarde desta 2a.feira (26/03).

Por maioria de votos, os jurados acataram a tese de legítima defesa, sustentada pelo advogado Diassis Martins.
A acusação pediu a condenação do réu por homicídio qualificado, por motivo fútil, argumento rejeitado pelo júri.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MP/Ce), no dia 6 de maio de 2006, por volta das 23h:00, a vítima estava nas proximidades da casa do réu, na avenida Rogaciano Leite, em Fortaleza, fazendo barulho e incomodando a vizinhança.
A acusação afirmou que Josenildo resolveu tomar satisfações e, durante a discussão, sacou uma faca e atingiu Wellington com um golpe no peito, causando a morte.

Josenildo Marques confessou o crime, mas alegou legítima defesa.
Afirmou ainda que Wellington fez ameaças ao pai dele, que tinha 73 anos e apresentava graves problemas de saúde.