Menos de 90 anos depois que o agrimensor Mábio Palhano abriu as primeiras veredas na mata virgem, Londrina viu sua fazenda de 750 alqueires - formada a partir de terras devolutas e comprada a preço simbólico do governo do Estado -, virar um dos pontos mais badalados do Município. Nos últimos 12 anos, morar na Gleba Palhano é símbolo de sucesso e status. E agora, também, torna-se referência como ponto comercial.
A Fazenda Palhano estendia-se de um marco no distrito rural do Espírito Santo – incluindo o patrimônio Aviação Velha,
A área que foi cedida por Mábio Palhano para a construção do primeiro campo de pouso de Londrina – até às margens do hoje Lago Igapó, passando pelas áreas da Universidade Estadual de Londrina e shopping Catuaí. Os seis irmãos Palhano detinham, juntos, 1.200 alqueires de terra. Mábio tinha 350 alqueires e comprou dos irmãos, nos anos 1920, outros 400 alqueires.
Até a década de 1970, a venda de parte das terras da antiga fazenda foi feita de forma irregular. Somente com a aprovação da lei 1.794/1970, o Executivo Municipal pode “aceitar o parcelamento da subdivisão da Fazenda Palhano já efetuada pelo seu proprietário, independentemente de seu enquadramento na legislação vigente”.
Hoje, a Gleba Palhano não existe mais já que, por definição, gleba é uma propriedade individual de área igual ou superior a 10.000 m². O que existe são diversos bairros unidos sob a denominação baseada no imaginário popular. Formalmente, pelo mapa oficial de Londrina – elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) - o bairro Palhano é uma área que começa na Avenida Ayrton Senna e vai até o viaduto da PR-445 (rodovia Celso Garcia Cid). Dentro dessa área, estão bairros como Vila Satler, Jardim Lago de Trento e outros.
Hoje, o local é o novo filão para empreendimentos comerciais. Dois prédios de escritórios, com galeria de lojas anexada, devem ficar prontos este ano. E já estão previstos o lançamento de, pelo menos, mais três empreendimentos do tipo. “Tudo que lançar lá, vende”, resumiu o imobiliarista Raul Fulgêncio. Responsável pela comercialização das salas empresariais de um dos prédios quase prontos, Fulgêncio explica que já foram vendidas 174 das 250 unidades disponíveis, antes mesmo do lançamento. “A demanda está uma loucura. Atendê-la é nosso maior problema”, afirmou. Segundo ele, um único espaço para uma agência bancária está sendo disputado por cinco bancos diferentes. “A maior dificuldade não é vender, é escolher quem vai ocupar aquele espaço”, afirmou.
O mesmo vale para lojas em pequenas galerias. Hoje, já estão disponíveis pelo menos quatro galerias – a maioria já ocupada. Além disso, está sendo construído também o Mercado Palhano, que vai oferecer 90 boxes para locação. E, nos planos dos empreendedores, não vai parar por aí. “O preço dos lotes da Gleba, que estão muito valorizados, inviabiliza que atividades individuais se instalem ali. A solução encontrada foi apostar nas galerias de lojas, que fracionam o preço total e acabam sendo bem mais acessíveis”, explicou o imobiliarista.
A ideia, segundo ele, é levar para a região todos os produtos e serviços que se encontram no restante da cidade. “Essa é uma tendência em qualquer área. Foi o que aconteceu na [avenida] Saul Elkind e na [avenida] Inglaterra. Agora vai acontecer na [avenida] Ayrton Senna”, afirmou. A diferença é que, ali, estará a maior concentração de renda da cidade, no corredor formado pelos bairros Bela Suíça, Gleba Palhano e região dos condomínios horizontais (após o Catuaí Shopping).
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon), Osmar Ceolin Alves, o interesse das construtoras pela área deve se manter forte pelos próximos anos. “Há muitas áreas a serem exploradas ainda, naquele local. E, com a conclusão das obras na transposição da PR-445, a parte da Ayrton Senna acima da avenida Madre Leônia [Milito] será o próximo grande filão”, afirmou.
Crescimento foi rápido
O crescimento populacional da Gleba Palhano, desde que foi mudada a lei de zoneamento em 1998, para permitir a construção de edifícios na região, já é um dos maiores de Londrina. Segundo Osmar Alves, presidente do Sinduscon, o ritmo de construção ali está acima da média. “A região partiu do zero e hoje está na faixa [de crescimento] anual de 8% a 9%. A média de Londrina está na faixa dos 6%, que ainda é acima dos índices nacionais”, explicou.
Isso se justifica, segundo ele, por ser uma área nova, com grandes espaços vazios para serem explorados. O centro da cidade não dispõe mais de espaços do tamanho que podem ser encontrados na Gleba Palhano. “Nos últimos 12 anos, o centro não teve mudanças radicais na sua paisagem. Ali, mudou bastante”, apontou. O imobiliarista Raul Fulgêncio disse concordar com o presidente do Sinduscon. Segundo ele, a Gleba oferece hoje todas as condições para construções de alto padrão. “Ali é possível construir prédios com o conforto de uma casa. E é isso que as pessoas estão buscando”, afirmou.
A maior concentração de construções se localiza hoje na área compreendida entre as avenidas João Wylclif, Madre Leônia Milito, PR-445, ruas João Huss e Bento Munhoz da Rocha (marginal do Lago Igapó). Em 12 anos, nessa área, já foram entregues 33 prédios e outros 23 estão em construção. Até o final do ano, as construtoras devem lançar outros 16 empreendimentos. (T.E.)
Principais Vias
- Av. Aniceto Espiga
- Av. Ayrton Senna da Silva
- Av. Madre Leônia Milito
- Av. Presidente Castelo Branco
- R. Bento Munhoz da Rocha Neto
- R. Constantino Pialarissi
- R. Ernani Lacerda de Athayde
- R. Martinho Lutero
- R. Prefeito Faria L
Subdivisões
- Central Park Residence
- Chácaras Gomes
- Colina Verde
- Colina Verde Leste
- Conjunto Residencial Água Verde
- Jardim Alto da Colina
- Jardim do Lago
- Jardim Tamandaré
- Jardim Universitário
- Parque Residencial do Lago
- Parque Residencial Ilha Bela
- Parque Residencial Madri
- Recanto Pitanguá
- Residencial Satler
- Terras de Santana II
- Village I
- Village I
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